A defesa do pediatra Fernando Cunha Lima, preso por abuso sexual infantil em consultas médicas, alegou em entrevista ao Programa Hora H nesta sexta-feira (9), que a presença física de Fernando no estado não iria trazer qualquer mudança no cenário do processo. Sobre a determinação da Justiça da Paraíba para urgência da transferência do médico, a defesa indagou: “Eu não sei que desespero é esse”.
Na manhã desta sexta-feira (9), a Justiça da Paraíba determinou que autoridades de Pernambuco esclareçam as pendências que estão impedindo a transferência do pediatra Fernando Paredes Cunha Lima para João Pessoa. O médico está preso no estado vizinho desde 7 de março sob acusação de crime sexual.
Em entrevista, o advogado da defesa, Aécio Farias, relatou que em sua visão, a mesma agilidade da assistência de acusação em conduzi-lo para Paraíba deveria estar presente na conclusão da ação penal.
“Nós impetramos alguns habeas corpus contra diversas situações, tanto pela decisão do STJ, que manteve a prisão preventiva, impetramos também habeas corpus em virtude do indeferimento da prisão domiciliar e também do direito do acusado permanecer no Recife. Eu não sei que desespero é esse, desse cidadão vir para Paraíba. Agora, de um lado, há esse desespero, essa angústia e agilidade e pressa para que ele seja trazido para a Paraíba, mas essa mesma pressa que deveria existir para a conclusão da ação penal, nós não observamos, porque o Ministério Público ofereceu alegações finais desde fevereiro, nós já vamos caminhando aqui para metade de maio e não temos ainda alegações finais por parte da assistência da acusação, o que, sem isso, nós não podemos apresentar para seguir para a sentença, ou seja, o que se quer, pelo que eu vejo, é tão somente a presença física do acusado aqui, que não vai trazer na ótica da defesa qualquer mudança no cenário do processo”, afirmou Aécio.
O documento foi assinado pela magistrada Virgínia Gaudêncio de Novais e direcionado à Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (SERES-PE), ao Juízo da 1ª Vara de Execuções Penais de Pernambuco e à Vara de Execução Penal de João Pessoa. No texto, a juíza destaca ainda que já há a definição do presídio para onde o médico Fernando Cunha Lima deve ser levado, citando a Penitenciária do Valentina de Figueiredo, em João Pessoa.
“De toda forma, nós esperamos com muita tranquilidade. É bom que se diga que a Justiça antes tinha determinado que ele passasse por uma audiência de custódia, nós pedimos ao juiz que fosse permitido que ele não houvesse necessidade dessa audiência e sim fosse conduzido diretamente para o presídio especial lá do Valentina Figueiredo. Enfim, se ele chegar hoje, muito bom, se ele não chegar também não vejo qual seria a mudança no cenário e facto do processo. A defesa está muito tranquila em relação a isso”, finalizou.
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A reportagem deixa aberto o espaço para que os mencionados possam se manifestar sobre os fatos, caso desejem.