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Cotidiano INVESTIGAÇÃO

Água escura entre praias do Bessa e Intermares tem características de mangue, aponta Sudema

É o que aponta a análise feita pela Sudema.

25/03/2025 11h45
Por: Redação
Foto: reprodução
Foto: reprodução

A água escura que vazou para o mar na foz do Rio Jaguaribe, entre as praias do Bessa e de Intermares, possui cor e odor apropriados para as características naturais do mangue. É o que aponta a análise feita pela Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) no local após o aparecimento de uma mancha escura no mar, na semana passada.

No entanto, a análise também acusou a presença de coliformes, o que indica que o curso de água recebeu despejo de esgotos, ainda que em “quantidade não alarmante”, segundo a entidade ambiental.

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“O solo dos manguezais possui coloração acinzentada ou preta por ser rico em matéria orgânica. A cor da água do mangue também é naturalmente escura devido à presença de substâncias orgânicas liberadas pela decomposição de folhas, galhos e outros materiais vegetais. O ambiente do mangue também é pobre em oxigênio, condição inerente ao bioma. O excesso de matéria orgânica e a falta de oxigênio, associados à existência de fontes de sulfato (SO42-), propicia a formação do gás sulfeto de hidrogênio (H2S), que é um dos responsáveis pelo cheiro de “ovo podre”. A decomposição de algas marinhas também é responsável pela liberação de dimetilsulfeto (DMS), outro gás com odor característico da região”, explicou a Sudema, em nota.

O órgão também explicou que a cor escura da água é proveniente do que se chama “rio morto”, já que o curso original do Rio Jaguaribe foi desviado da foz e a parte que deságua no oceano recebe apenas água de chuva e de redes de drenagem. “Dessa forma, durante boa parte do ano, a água fica retida e acumula material orgânico que se degrada e produz material húmico e os gases já mencionados. Nos períodos de chuva mais intensa, este curso d’água ‘estoura’ para o mar, despejando o material acumulado, fenômeno popularmente chamado de ‘língua negra'”, esclarece a nota.

Orientação é evitar banhos no trecho

A orientação da Sudema é de que banhistas evitem o contato com a água do mar até pelo menos 100 metros à direita e à esquerda do ponto de vazamento. O órgão continuará aferindo a balneabilidade semanalmente, e informará quando o trecho voltar a ser próprio para o banho.

A Sudema também se planeja para dar início, junto aos órgãos parceiros, à investigação de lançamentos clandestinos de esgoto nos rios urbanos dentro do projeto Praia Limpa. Assim, toda extensão do rio Jaguaribe, incluindo o trecho desviado e seus afluentes, será investigada, criando um diagnóstico para nortear as ações governamentais necessárias.

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