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OPINIÃO LUTO NA COMUNICAÇÃO

OPINIÃO | Washington Olivetto, o publicitário 1001 utilidades: Do 'Garoto Bombril' às grandes ideias que moldaram o Brasil

A publicidade perde um de seus maiores expoentes, mas a sua marca permanecerá para sempre.

14/10/2024 10h25 Atualizada há 4 semanas
Por: Redação
Foto: Reprodução/Instagram/@Washington Olivetto
Foto: Reprodução/Instagram/@Washington Olivetto

O Brasil perdeu, neste domingo (13), um dos maiores nomes da publicidade mundial. Washington Olivetto, o mestre das palavras, o arquiteto de campanhas que marcaram gerações, se despediu, deixando para trás um legado inestimável. Seu nome transcende o universo publicitário, sendo sinônimo de inovação, criatividade e ousadia. Olivetto não apenas moldou o mercado brasileiro, mas influenciou a forma como o mundo se comunicava com as marcas.

Washington Olivetto não era apenas um publicitário brilhante, mas alguém que entendia profundamente a cultura e o espírito do Brasil. Sua sensibilidade para captar momentos e personagens icônicos refletiu-se não só nas campanhas publicitárias, mas também em encontros marcantes. Um desses momentos aconteceu durante uma conversa com Jorge Ben Jor, que acabou virando música. Olivetto, com seu humor afiado, comentou que o Brasil, sob a presidência de Fernando Collor, estava tão fora dos eixos que, se o país tivesse um síndico, só poderia ser Tim Maia. A resposta de Jorge Ben veio com uma surpresa: Tim Maia, de fato, já havia tentado se candidatar a síndico no prédio onde morava.

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Dessa anedota nasceu a canção "W/Brasil", uma homenagem ao publicitário e também um reflexo do caos político da época. Lançada nos anos 90, a música se tornou um fenômeno nacional, elevando Jorge Ben ao topo das paradas, desbancando até estrelas internacionais como Whitney Houston no Hollywood Rock. "W/Brasil" era mais do que uma homenagem, era um retrato do país em tempos conturbados, capturando o humor, a irreverência e o talento de um publicitário que sabia como ninguém transformar suas experiências pessoais em cultura pop.

Washington Olivetto, ao longo de sua carreira, nos brindou com campanhas memoráveis, como o icônico "Primeiro Sutiã a Gente Nunca Esquece", da Valisére, ou o eterno “Garoto Bombril”. Ele sabia traduzir os sentimentos da sociedade em peças publicitárias que iam além do comercial, tornando-se verdadeiros ícones culturais. Sua genialidade residia na simplicidade — ele sabia que as grandes ideias não precisavam de ornamentos, mas de uma conexão humana profunda e imediata.

Ao longo das décadas, Olivetto soube se reinventar, sem nunca perder sua essência. Ele entendia as mudanças no comportamento do consumidor e a evolução dos meios de comunicação, sempre se posicionando à frente de seu tempo. Washington não foi apenas um publicitário, foi um contador de histórias, e as histórias que ele contou nunca foram efêmeras: elas ficaram gravadas na memória coletiva do Brasil.

Sua contribuição não se restringiu à publicidade. Ele era um pensador da comunicação, alguém que sabia extrair da cultura popular elementos que dialogavam com o público de maneira única. Ao longo de sua trajetória, conquistou prêmios, reconhecimento internacional e o respeito de seus pares. Mas mais do que isso, Olivetto deixou um legado de como a criatividade pode transformar vidas, negócios e sociedades.

Neste momento de despedida, fica a saudade de um gênio, mas também a certeza de que o impacto de Washington Olivetto continuará vivo em cada anúncio que nos faça sorrir, refletir ou lembrar de quem somos. A publicidade perde um de seus maiores expoentes, mas a sua marca permanecerá para sempre. O Brasil, ao agradecer por sua contribuição, homenageia aquele que, com tanto talento, soube fazer da publicidade uma arte.

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