A Polícia Federal encaminhou, no final da manhã desta quinta-feira (19), o relatório de material apreendido durante a Operação Território Livre – Segundo Turno. A ação prendeu a vereadora Raíssa Lacerda (PSB) e três mulheres ligadas à parlamentar.
Durante a busca e apreensão, uma das investigadas tentou esconder o telefone enrolado em papel higiênico em um lixeiro. O aparelho foi localizado e apreendido.
O relatório aponta, ainda, que foram retidos telefones, incluindo de Raíssa Lacerda, e três listas com nomes de pessoas que seriam eleitores da vereadora.
No pedido de prisão preventiva, o delegado da Polícia Federal, Davi Sampaio, apontou a necessidade das prisões. “Os crimes cometidos são atuais e comprometem a ordem pública em seu estado democrático de voto e direito à campanha eleitoral”, argumenta.
“A liberdade dos nacionais coloca em risco o pleito municipal, as medidas de controle exercidas pelo grupo criminoso tendem a ser mais fortes quando da iminência das eleições”, assinala.
Na decisão que autorizou a prisão preventiva, a juíza Virgínia Gaudêncio de Novais apontou que estão presentes os elementos que indicam a ligação dos alvos dom o crime o organizado.
“A partir, especialmente, da análise das conversas contidas nos celulares apreendidos em diligência anteriormente realizada, restam demonstrados os indícios da prática de coação e controle de facção criminosa ligada ao tráfico de drogas nesta cidade com fins eleitorais”, despachou.
“A preservação da ordem pública não se restringe às medidas preventivas da interrupção de conflitos e tumultos, mas abrange também a promoção daquelas providências de resguardo à integridade das instituições, à sua credibilidade social e ao aumento da confiança da população nos mecanismos oficiais de repressão às diversas formas de delinquência. Outrossim, no caso em tela, permeia-se, particularmente, a necessidade de cessamento de práticas que possam vir a interferir no pleito municipal a ser realizado em outubro do presente ano”.
VEREADORA SE POSICIONA
“Raíssa não possui nenhuma ligação com as pessoas citadas no processo da Operação ‘Território Livre’ e a verdade virá à tona e será esclarecida”, afirmou a defesa por meio de uma nota publicada nas redes sociais.
A defesa também disse que parlamentar é inocente e tem como provar, “Todos saberão da índole de Raíssa Lacerda e de sua honestidade”.
CÂMARA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA EMITE NOTA
A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) informa que a sua Procuradoria-Geral vem acompanhando de perto os desdobramentos da Operação Território Livre, da Polícia Federal. Informa ainda que a Casa do Povo, composta por representantes legítimos da população, confia no trabalho da Justiça e no devido processo legal.
Por fim, ressalta que a Casa de Napoleão Laureano e seus representantes defendem de forma intransigente o direito constitucional de ir e vir das pessoas e vão acompanhar de perto o desenrolar das investigações.
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A reportagem deixa aberto o espaço para que os mencionados possam se manifestar sobre os fatos, caso desejem.