Na manhã desta quarta-feira (11), a política de João Pessoa testemunhou um ato sem precedentes: concorrentes unidos. E não estamos falando da segunda-feira (07/10), pós-1º turno, quando as críticas dão lugar aos apertos de mão em nome de uma vitória que deve ocorrer em 21 dias, com o derradeiro turno.
Hoje, os candidatos à Prefeitura pela oposição – Luciano Cartaxo (PT), Marcelo Queiroga (PL) e Ruy Carneiro (Podemos) – solicitaram a presença de tropas federais para garantir a ordem durante a campanha eleitoral. Este pedido surgiu um dia após a deflagração da Operação Território Livre pela Polícia Federal, que visa combater o “aliciamento violento” de eleitores no bairro São José e em outras regiões da cidade.
Muita gente apostava que Cícero Lucena (PP) deveria comparecer ao "ato da oposição". E, antes que digam que ele não foi convidado, o evento foi amplamente divulgado. O prefeito teve a chance de surpreender e comparecer à coletiva, dando um banho de água fria ou, melhor dizendo, nos que querem chegar em Água Fria, tanto faz.
A ausência de Cícero nesse evento significativo pode ser vista como uma falha estratégica. A presença de qualquer candidato em eventos críticos é uma oportunidade de demonstrar transparência e compromisso com a integridade do processo eleitoral. Ao não comparecer, Lucena deixou espaço para que seus adversários moldassem a narrativa e reforçassem a ideia de que sua administração pode estar envolvida em práticas questionáveis.
Embora Cícero tenha tentado contrabalançar as acusações com a proposta de garantir transporte gratuito no dia da eleição – uma medida que visa facilitar o acesso às urnas e promover um ambiente eleitoral mais justo – sua ausência no ato da oposição acabou enfraquecendo sua posição. Em contextos onde a percepção pública pode ser tão influente quanto as ações reais, a presença do candidato poderia ter sido uma forma poderosa de reafirmar seu compromisso com a transparência e a justiça.
Imagina o climão? Todos reunidos e ele chegando e participando. Afinal, viraria um ato só para pedir segurança, o que todo mundo quer. Como questionar um candidato que também está cobrando?.
A política é muitas vezes um jogo de percepções tanto quanto de realidades, e a ausência pode ter consequências. Em um cenário de alta tensão política, a capacidade de se mostrar proativo e acessível pode ser determinante para moldar a opinião pública e garantir a confiança dos eleitores.
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