A advogada, empresária e influenciadora digital Deolane Bezerra, que novamente teve a prisão preventiva determinada pela Justiça nesta terça-feira (10), será levada para a Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste de Pernambuco. A unidade prisional fica a cerca de 280 quilômetros do Recife.
Deolane ficará em uma unidade prisional superlotada. De acordo com o Sindicato dos Policiais Penais do Estado, a Colônia Penal Feminina de Buíque só tem capacidade para 107 vagas. Mas, atualmente, conta com 264 presas.
Entre as detentas do presídio feminino, há duas mulheres condenadas após a confissão de assassinatos e canibalismo.
Deolane teve a prisão domiciliar revogada em menos de 24 horas. Ela soube que seria presa preventivamente de novo ao se apresentar no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, área central da capital pernambucana.
A decisão foi tomada pela juíza Andréa Calado da Cruz porque a influenciadora descumpriu a ordem para que não se manifestasse publicamente, em redes sociais e em veículos de comunicação.
Na saída da Colônia Penal Feminina, na segunda-feira, Deolane fez declarações críticas à Polícia Civil. "Foi uma prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade. Eu não posso falar sobre o processo. Eu fui calada", disse.
O QUE DISSE A JUÍZA?
"É importante esclarecer que a investigada não é uma pessoa comum e que sua influência é significativa, dado o seu alcance com mais de 21 milhões de seguidores nas redes sociais. Ao alegar que sofre abuso de autoridade sem apresentar provas substanciais, ela claramente busca obstruir a justiça. É evidente que sua intenção é mobilizar a opinião pública a seu favor, numa estratégia planejada para pressionar o sistema judicial e desviar a atenção dos fatos reais do processo", pontuou a juíza, na decisão.
"Com vistas a resguardar a paz pública, determino que a investigada seja recolhida à Colônia Penal Feminina de Buíque. Essa medida visa garantir a manutenção da ordem social e assegurar que a investigada esteja em um ambiente mais adequado para a preservação da tranquilidade pública", pontuou a magistrada.
"A escolha pela Colônia Penal Feminina de Buíque se deve ao fato de que, por estar situada no interior, oferece condições que podem contribuir para a estabilidade da situação e para o bom andamento do processo, longe da influência direta e intensa de centros urbanos", justificou.
Deolane foi presa na última quarta-feira (4), após a deflagração da Operação Integration, da Polícia Civil de Pernambuco, que investiga uma organização criminosa por crimes de lavagem de dinheiro e prática ilegal de jogos de azar.
A empresa Esportes da Sorte, que manteve contratos de publicidade com Deolane, também foi alvo da operação.
A mãe da influenciadora, Solange Bezerra, também presa, segue na Colônia Penal Feminina do Recife.
DEOLANE FICARÁ NO MESMO PRESÍDIO DAS CANIBAIS DE GARANHUNS
Deolane vai ficar na mesma unidade prisional onde cumprem pena Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva, que fazem parte do trio que ficou conhecido mundialmente como os "Canibais de Garanhuns".
Isabel, Bruna e Jorge Beltrão Negromonte da Silveira foram presos, em 11 de abril de 2012, no município de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, após confessarem os assassinatos de mulheres que estavam desaparecidas na região.
A HISTÓRIA DOS CANIBAIS DE GARANHUNS
Os restos mortais estavam enterrados na casa onde o trio morava, com uma criança de 5 anos - filha de uma das vítimas.
Na delegacia, Isabel deu o depoimento mais surpreendente. Confessou que, além do canibalismo, o trio fazia empadas com os restos mortais das vítimas. Os salgados eram vendidos pelas ruas de Garanhuns, segundo ela. Forminhas foram encontradas na residência.
Eles chegaram a falar em até oito mulheres vítimas do "Cartel", uma suposta seita criada para diminuir a população do planeta - sob o argumento que aquelas mulheres atraídas pelo trio com a promessa de emprego deveriam ser mortas porque eram mães solteiras e não tinham condições de criar os seus filhos.
Depois que as vítimas eram assassinadas e esquartejadas, partes dos corpos eram comidos pelo trio e também pela criança que, na verdade, era filha da primeira vítima.
A Polícia Civil conseguiu confirmar as mortes de três mulheres - sendo duas em Garanhuns e outra na cidade de Olinda.
Isabel e Bruna têm condenações que, somadas, superam os 90 anos.
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