No cenário atual das campanhas eleitorais, o horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio tem se tornado cada vez mais um ritual desinteressante. Entre jingles insuportáveis e slogans batidos, os poucos minutos concedidos aos candidatos frequentemente passam despercebidos. A monotonia desse espaço faz com que a população não se engaje com as propostas apresentadas. O contraste entre a falta de atratividade desses veículos tradicionais e a frenética agitação nas redes sociais é gritante.
Na internet, o panorama é igualmente frustrante, porém por razões bem diferentes. Em vez de um debate construtivo, a rede se transforma em um palco de performances exageradas e ridículas, onde a busca pela atenção faz os candidatos recorrerem a truques cada vez mais elaborados. Clips engraçados, memes forçados e batalhas de hashtags tornam-se o foco, enquanto o verdadeiro debate sobre propostas e planos de gestão fica para trás. Em um espaço que deveria servir para uma comunicação mais direta e eficaz com o eleitorado, o que vemos é uma série de estratégias de marketing que, em vez de informar, confundem e desengajam.
Este descompasso entre a comunicação política e as reais necessidades da população é alarmante. A cidade e seus habitantes estão imersos em um ritmo de preocupações e desafios diários, enquanto os candidatos parecem operar em uma frequência completamente diferente. As promessas vazias e ataques pessoais substituem a discussão substancial sobre políticas públicas e soluções efetivas. Em vez de propostas concretas e planos de gestão bem estruturados, o que vemos são discursos que se perdem em generalidades e acusações.
Essa situação é um reflexo de uma crise mais profunda na forma como a política se comunica com a população. Em vez de um diálogo enriquecedor, que poderia contribuir para a construção de uma sociedade mais informada e participativa, o cenário eleitoral se resume a uma série de espetáculos efêmeros e estratégias de engajamento duvidosas. A desconexão entre a mensagem política e as necessidades reais da população não apenas desestimulam o voto informado, como também alimentam um ciclo de desinteresse e cinismo em relação à política.
É imperativo que, tanto candidatos quanto eleitores, reconheçam a importância de um debate mais substancial e menos superficial. Para que a política volte a servir ao propósito de transformar a sociedade de maneira positiva, é necessário um esforço conjunto para resgatar a relevância das propostas e a seriedade das discussões. A comunicação eleitoral deve, portanto, se alinhar com as expectativas e as preocupações reais da população, e não se perder em performances vazias e estratégias de marketing efêmeras.
O futuro das campanhas eleitorais depende de um equilíbrio entre a inovação e a substância, entre o espetáculo e a seriedade. Somente assim poderemos construir um ambiente onde o debate político não seja uma distração, mas uma ferramenta efetiva para a melhoria da nossa sociedade.