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OPINIÃO ELEIÇÕES 2024

OPINIÃO | Uma reflexão sobre a empolgação dos candidatos e o desinteresse popular

O contraste é quase cômico.

16/08/2024 08h41
Por: Redação
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Ah, o primeiro dia de eleição! Um verdadeiro espetáculo em que a política se transforma num show de variedades, repleto de promessas brilhantes e sorrisos reluzentes. Candidatos em campanha são como artistas de um grande palco: todos se preparam para dar o melhor de si, com santinhos brilhando como se fossem estrelas de Hollywood, e adesivos no peito, mais valiosos que qualquer medalha de ouro. É o dia em que o V de vitória se destaca mais do que nunca, com os tapinhas nas costas soando como aplausos de um público entusiástico.

Enquanto isso, a plateia – ou melhor, o eleitorado – assiste à performance com uma certa… desatenção. Sim, a empolgação é toda dos candidatos, mas onde estão os espectadores? Muitos se contentam em assistir ao espetáculo de casa, sem muito interesse em se envolver diretamente. Parece que, para eles, o grande show da eleição está mais para uma peça de teatro de um ato só: o primeiro dia é vibrante e cheio de energia, mas os dias seguintes são como um intervalo interminável.

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O contraste é quase cômico. De um lado, temos candidatos que jogam charme e carisma aos quatro ventos, empunhando santinhos como se fossem varinhas mágicas capazes de transformar cada voto em ouro. Do outro, a plateia fica com um adesivo na cabeça e a pergunta: "Mas isso tudo é para mim?" É como se a política fosse uma novela em que eles estão apenas esperando o próximo capítulo para decidir se continuarão acompanhando a trama.

E não nos esqueçamos dos tapinhas nas costas, tão frequentes quanto promessas em período eleitoral. Estes gestos amistosos e cheios de intenções muitas vezes revelam mais sobre a necessidade de aprovação dos candidatos do que sobre qualquer compromisso genuíno com o eleitorado. É uma coreografia ensaiada, um ritual quase cômico, onde o aplauso é um reflexo de uma dinâmica que nem sempre ressoa com o entusiasmo da plateia.

Claro, é divertido ver a empolgação dos candidatos – é uma verdadeira festa de encenação política. No entanto, a ironia está na desconexão entre o entusiasmo demonstrado e a resposta do público. A eleição é um grande show, mas se o público não participa ativamente, toda a performance pode acabar sendo um monólogo.

Para que o primeiro dia de eleição realmente signifique algo, a empolgação precisa ser uma via de mão dupla. Não basta que os candidatos brilhem com seus santinhos e adesivos; é necessário que os eleitores também entrem no jogo com energia e interesse. Afinal, a democracia não é um show apenas para quem está no palco, mas para todos que assistem. E quem sabe, se a plateia começar a se levantar e aplaudir com mais fervor, o espetáculo poderá se tornar realmente inesquecível – não apenas no primeiro dia, mas ao longo de toda a temporada eleitoral.

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