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OPINIÃO EDITORIAL

OPINIÃO | O combustível da contradição: Quando o valor do descontentamento varia de acordo com o presidente

A mesma gasolina que antes acendia a chama da revolta parece agora ser tratada com uma dose de resignação.

13/08/2024 06h06 Atualizada há 11 meses
Por: Redação
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Nos últimos tempos, o preço dos combustíveis tem subido tanto quanto a temperatura das discussões políticas. Se antes a gasolina e o diesel eram o combustível das críticas na era Bolsonaro, hoje parecem ter se tornado o motor da complacência na era Lula. É uma verdadeira volta à roda do combustível, onde as queixas se transformam em um eco distante e o tanque do descontentamento parece ter secado.

Durante o governo anterior, o custo dos combustíveis era um dos principais vilões nos protestos e nas manchetes. A gasolina, a cada nova alta, alimentava uma onda de insatisfação que se espalhava pelo país como um incêndio. "Bolsonaro é o responsável por essa gasolina toda", era o clamor popular, e os caminhoneiros, sempre prontos para carregar o peso da indignação, fizeram ecoar suas sirenes em protestos que chegaram a parar o Brasil.

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Mas a roda da fortuna girou e agora, sob a administração de Lula, o cenário se transformou. A alta dos combustíveis voltou à cena, mas, curiosamente, as vozes de descontentamento parecem ter diminuído. A mesma gasolina que antes acendia a chama da revolta parece agora ser tratada com uma dose de resignação.

Não é que o povo tenha se transformado em um mar de tranquilidade; é que as prioridades mudaram e o discurso também. Em tempos de crise econômica e desafios diversos, a gasolina, que antes era a principal acusada, agora é apenas mais uma gota no oceano das dificuldades. O governo Lula, com seu carisma e sua retórica esperançosa, conseguiu um feito impressionante: transformar a alta dos combustíveis de um tópico explosivo em uma preocupação que, embora presente, é tratada com uma paciência quase filosófica.

A questão é: por que a mudança de humor? Será que os ânimos esfriaram, ou estamos apenas lidando com um novo combustível para o debate político? É como se o país tivesse trocado a indignação por uma dose de pragmatismo, reconhecendo que a situação econômica não é uma estrada reta e que, de vez em quando, enfrentaremos curvas apertadas.

Entre uma rotação e outra, o preço dos combustíveis continua a subir e a descer, assim como a nossa disposição para reclamar. Talvez a lição aqui seja que, quando estamos no comando, o combustível do nosso descontentamento pode ser mais difícil de manter aceso. A verdade é que, independentemente de quem está ao volante, o combustível da crítica é volátil e, como o próprio mercado, está sujeito a variações inesperadas.

Assim, com a inflação nos bolsos e a gasolina nos tanques, cabe a nós navegar nesse mar de incertezas com um pouco mais de cuidado e menos combustão. Porque, no fim das contas, a verdade é que tanto na era Bolsonaro quanto na de Lula, o combustível das críticas pode até mudar de valor, mas o custo do descontentamento sempre terá uma volatilidade inconstante.

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Montgomery José de Vasconcelos Há 11 meses João Pessoa-PB Esta matéria opinativa do portal poĺticajp desnuda às falsidades da administração pública do maior cargo executivo da nação que se cobriu de uma incompetência total, a ponto de se resumir à maracutaias que vão de jogar panos quentes sobre quaisquer reivindicações populares às formas estranhas de noticias falsas as mais diversas até nas relações existentes na convivência com as diferenças do Brasil.
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