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OPINIÃO CASO DO PADRE ZÉ

Editorial | Em meio às dívidas e escândalos, Hospital Padre Zé precisa passar por intervenção ou requisição administrativa

É chegada a hora de discutir a intervenção no Hospital Padre Zé!

16/10/2023 06h05 Atualizada há 7 meses
Por: Redação
Foto: reprodução
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A palavra intervenção assusta quase todo brasileiro, talvez tenha sido estigmatizada a partir dos ‘anos de chumbo’ em que o Brasil, infelizmente, viveu o autoritarismo. Porém, nada mais é, ou pelo menos tem que ser, o ato de tomar parte em uma discussão, emitir opiniões ou contribuir com ideias e gestão.

Vencida esta etapa, é chegada a hora de discutir à intervenção no Hospital Padre Zé! 

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A cada dia os paraibanos sãol surpreendidos coml uma nova informação bombástica, seml contar com as especulações. Semana passada o povo ficou estupefacto com o questionamento da nova direção da instituição filantrópica sobre o paradeiro dos mais de R$ 13 milhões de reais solicitados por meio de empréstimos durante a gestão do Padre Egídio Carvalho.

E não para por aí, a direção da unidade de saúde alega que por conta do crédito, o hospital perde mensalmente cerca de R$ 250 mil reais de suas contas para quitar os empréstimos.

Atualmente, a unidade precisa de cerca de R$ 1,3 milhões de reais para se manter, sendo em média R$ 1 milhão de reais de verbas enviadas pelo SUS e o restante por meio de doações.

Logo, uma conta básica: São descontados R$ 250 mil dos R$ 1 milhão enviados pelo SUS, restando R$ 750.000. Para chegar aos R$ 1,3 milhão que são necessários: o hospital precisará – mensalmente – de R$ 550.000 em doações, ou seja, todos os dias TEM que receber, mais ou menos, R$ 18.333 reais para fechar à conta.

Falando em conta, já tem salários atrasados e dívidas corriqueiras, segundo o novo diretor.  Pela lógica, é natural que com tantos escândalos e decepções as pessoas deixem – infelizmente - de contribuir com a obra de caridade, o que é uma tragédia anunciada, porque isso é igual ao orçamento doméstico. A conta do mês passado que não foi paga, tenta pagar nesse mês, a desse mês paga no outro e vira uma série de bolas de "neves".

Para isso não acontecer, são poucas as saídas:

A Igreja Católica vender/ceder um pouco de seu vultoso patrimônio: casas paroquiais, obras de arte, carros e demais. O que dificilmente acontecerá.

A justiça agir rápido e leiloar tudo que está sendo descoberto de patrimônio atrelado ao padre Egídio Carvalho, o que não é possível dado ao devido processo legal, que leva tempo.

Por fim, a mais prática, prudente e necessária opção: intervenção ou requisição administrativa, que mesmo sendo complexas e delicadas, há viabilidade jurídica para que ocorra por parte de órgãos públicos em hospitais filantrópicos para garantir a sustentabilidade financeira e a qualidade dos serviços prestados por essas instituições, é um processo em que o poder público assume temporariamente a gestão da instituição hospitalar que esteja passando por dificuldades financeiras ou administrativas graves.

Exemplos de intervenções que deram certo

Um exemplo de intervenção bem-sucedida ocorreu no Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, que é o maior hospital da Zona Leste Paulista e um dos quatro hospitais de grande porte na cidade, é também administrado pela igreja, especificamente, nas mãos da Congregação das Irmãs de Santa Marcelina.

A unidade passou por uma requisição administrativa em 2017 devido à falta de recursos financeiros para manter suas atividades. A intervenção foi conduzida pela Secretaria de Estado da Saúde e resultou na melhoria da qualidade dos serviços prestados, na renegociação de dívidas com fornecedores e na recuperação financeira da instituição.

Outro exemplo prático é o caso do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina, que passou por uma intervenção em 2019. Na época, o hospital estava enfrentando graves problemas financeiros e de gestão, o que comprometia a qualidade dos serviços oferecidos à população. A intervenção foi realizada pelo Ministério da Educação, que nomeou uma nova equipe gestora para reestruturar o hospital.

Arremates

No livro de Mateus - o único autor dos evangelhos a incluirmos ensinamentos de Jesus que mencionam a “igreja” – ele cita que Jesus disse que quem pede vai receber.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. [...] Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas. (Mateus 7:7-12).

Resta saber se a alta corte da igreja e a direção do hospital pedirão ajuda, quanto tempo a unidade de saúde vai suportar da sua 'doença financeira' e o que a justiça e governos pensam sobre o assunto. É preciso celeridade, participação e antecipação a uma possível paralisação do órgão hospitalar.

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